Na produção agro, é comum deparar-se com diferentes tipos de adjuvantes agrícolas. Eles são as substâncias adicionadas às caldas de pulverização com a função de potencializar o desempenho dos defensivos agrícolas.
Eles melhoram a cobertura, a adesão e a absorção dos produtos pelas plantas, garantindo que a aplicação seja mais eficiente e uniforme no campo.
Embora não atuem diretamente sobre pragas, doenças ou plantas daninhas, os adjuvantes reduzem desperdícios e aumentam a eficácia dos tratamentos.
A escolha correta entre os diferentes tipos de adjuvantes é essencial para alcançar o melhor resultado de cada defensivo, considerando fatores como tipo de cultura, condições climáticas, equipamento de aplicação e características da calda. A seguir, conheça as principais categorias e como cada uma atua.
Adjuvantes ativadores
Entre os tipos de adjuvantes agrícolas, os adjuvantes ativadores têm a função de melhorar o desempenho dos defensivos agrícolas, facilitando a absorção dos ingredientes ativos pelas folhas e reduzindo perdas por evaporação, deriva ou lavagem pela chuva. Dentro dessa categoria estão os surfactantes e os óleos vegetais e minerais.
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Surfactantes
Os surfactantes agrícolas (ou tensoativos) são substâncias que reduzem a tensão superficial da água, permitindo que as gotas da pulverização se espalhem de forma mais uniforme sobre as folhas. Isso aumenta a área de contato e a penetração do produto, otimizando sua ação.
Existem diferentes tipos de surfactantes agrícolas, classificados conforme sua carga elétrica:
- Aniônicos: possuem carga negativa e são usados para melhorar a molhabilidade e a dispersão da calda.
- Catiônicos: têm carga positiva e são menos usados em defensivos por poderem reagir com alguns princípios ativos.
- Não iônicos: não apresentam carga elétrica e são os mais comuns, pois são compatíveis com a maioria dos produtos químicos.
Exemplo de uso: surfactantes não iônicos são amplamente aplicados em herbicidas e fungicidas para garantir uma melhor cobertura foliar.
Óleos vegetais e minerais
Os óleos atuam como adjuvantes carreadores e potencializadores de absorção, formando uma fina camada sobre as folhas que ajuda na penetração dos defensivos agrícolas. Também reduzem a evaporação das gotas e aumentam a aderência.
Os principais tipos de óleos usados como adjuvantes agrícolas são:
- Óleos minerais: derivados do petróleo, proporcionam boa aderência e são eficientes na redução da evaporação.
- Óleos vegetais: extraídos de plantas como soja, girassol e algodão, são biodegradáveis e têm alta compatibilidade com defensivos.
- Ésteres metílicos de ácidos graxos (EMAGs): versões modificadas de óleos vegetais, que melhoram ainda mais a penetração e a absorção dos produtos.
Exemplo de uso: óleos vegetais e EMAGs são comumente usados com herbicidas pós-emergentes para facilitar a entrada do produto nas folhas.
Principais adjuvantes agrícolas modificadores de calda
Dentro dos diferentes tipos de adjuvantes agrícolas, os modificadores de calda não alteram diretamente a ação dos defensivos, mas melhoram as propriedades físico-químicas da mistura, garantindo maior estabilidade, homogeneidade e controle durante a pulverização.
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Espalhantes
Espalhantes facilitam a distribuição uniforme da calda sobre a superfície das folhas, evitando acúmulo de gotas e falhas na cobertura. São essenciais em culturas com folhas cerosas, onde a pulverização tende a escorrer.
Exemplo de uso: em lavouras de soja e citros, o espalhante garante que a calda se distribua de forma uniforme, aumentando a cobertura em folhas brilhantes e cerosas.
Umectantes
Umectantes prolongam o tempo de permanência da calda líquida nas folhas, reduzindo a evaporação e aumentando a absorção do produto. São indicados em regiões quentes e secas, onde as gotas secam rapidamente.
Exemplo de uso: em aplicações no período da tarde ou em regiões de clima seco, o umectante evita que a gota evapore antes de o ingrediente ativo ser absorvido pela planta.
Adesivos
Adesivos melhoram a fixação dos defensivos agrícolas nas folhas, reduzindo perdas por chuva ou vento. São muito usados em aplicações de fungicidas e inseticidas, especialmente em períodos chuvosos.
Exemplo de uso: após uma aplicação de fungicida em culturas de milho, o adesivo mantém o produto aderido às folhas mesmo com chuvas fracas ou orvalho intenso.
Antiespumantes
Antiespumantes evitam a formação excessiva de espuma durante o preparo da calda, o que facilita o manuseio e evita erros de dosagem. São recomendados principalmente em misturas com formulações que tendem a gerar bolhas.
Exemplo de uso: em misturas que incluem adubos foliares ou produtos em pó solúvel, o antiespumante reduz a espuma no tanque, permitindo completar o volume rapidamente e com precisão na dosagem.
Reguladores de pH
Reguladores ajustam o pH da calda de pulverização para o nível ideal, garantindo a estabilidade e a eficácia dos defensivos. Um pH inadequado pode degradar o ingrediente ativo e reduzir o efeito do produto.
Exemplo de uso: muitos herbicidas exigem pH ligeiramente ácido (entre 4 e 6) para manter sua eficiência.
Emulsificantes e dispersantes
Emulsificantes e dispersantes ajudam na mistura uniforme de substâncias que não se dissolvem facilmente, como óleos e pós. Evitam a separação das fases da calda e asseguram uma aplicação homogênea.
Exemplo de uso: ao misturar óleo mineral com defensivos na calda, o emulsificante evita que o óleo forme uma camada separada, garantindo mistura estável e aplicação uniforme.
Como escolher o adjuvante ideal?
A escolha do tipo de adjuvante agrícola mais adequado depende de diversos fatores, como o defensivo utilizado, as condições climáticas e o estágio de desenvolvimento da cultura. Conhecer bem os tipos de adjuvantes agrícolas disponíveis é fundamental para selecionar aquele que melhor atende às necessidades de cada aplicação.
Algumas orientações importantes incluem:
- Ler as instruções do fabricante: verificar a recomendação do fabricante do defensivo agrícola, já que nem todos são compatíveis com qualquer adjuvante.
- Considerar o tipo de alvo biológico: pragas, doenças ou plantas daninhas exigem diferentes mecanismos de ação.
- Avaliar o clima no momento da aplicação: altas temperaturas e ventos fortes podem demandar adjuvantes com propriedades antideriva ou umectantes.
- Realizar testes de compatibilidade: sempre antes de misturar os produtos, realize testes para evitar reações químicas indesejadas.
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Cuidados e boas práticas no uso de adjuvantes
Mesmo com todos os benefícios pelos diferentes tipos de adjuvantes agrícolas, o uso incorreto desses produtos pode comprometer o resultado da pulverização. Por isso, siga sempre as boas práticas agrícolas:
- Leia atentamente o rótulo e a bula de todos os produtos antes do preparo da calda.
- Use equipamentos de proteção individual (EPIs) durante o manuseio.
- Mantenha o equipamento de pulverização calibrado para garantir uma aplicação uniforme.
- Armazene os produtos em locais adequados, protegidos do sol e da umidade.
- Nunca ultrapasse as doses recomendadas, pois o excesso pode causar fitotoxicidade.
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